Minha infância, minha vida, meus amores e dores; minhas idéias e meus ideais; idéias alheias, conversação entre sorrisos e lágrimas, tudo contado de uma maneira gostosa e com uma pitada de bom humor por uma pessoa FELIZ!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Mais uma peripécia da minha infância. Parte II



Para quem não leu a primeira parte, está no post anterior.

Naquele dia, meu irmão mais novo e eu resolvemos dar uma volta com os amigos vizinhos e a recomendação foi a mesma.
- Não vão à descida do hospital.
Eu devia ter uns 10 anos na época e meu irmão 8 e meio. Era verão, lembro-me muito bem, pois estava com um conjuntinho de shortinho e frente única com riscas, que minha mãe fez.
Fomos direto para lá. Eu com a bicicleta azul maior, e meu irmão com a outra, a vermelha. Minha amiga-vizinha foi com a dela e o irmão mais novo à sua garupa. Cúmplices sempre, nós quatro.
Quando cheguei ao início da rua, já fui ao embalo e pedalando muito, porque no meio dela, soltava os pés e erguia as pernas. Só quase no final era que começava a frear, geralmente dando derrapadas no pedregulho. A descida não era tão íngreme, mas muito longa.
Qual não foi a minha surpresa quando chegou a hora de começar a tentar diminuir a velocidade. Coloquei os pés nos pedais e cadê freio?
A correia havia arrebentado.

Era isso que minha mãe não havia nos explicado. Ela falava do perigo da descida, da possibilidade de levarmos um tombo, mas nunca que a correia, que no meu caso era o freio, poderia arrebentar.
A velocidade da bicicleta foi aumentando e no final havia uma curva que eu sabia que não conseguiria fazer.
Nem mato para eu me jogar tinha. Só casas.
O meu irmão e meus amigos quando me viram gritar que estava sem freio, se puseram a gritar também. Foi então que olhei para trás e me desequilibrei.
Lembro até hoje, se fechar os olhos, do meu corpo arrastando-se no macadame, de bruços. Acho que deslizei uns 5m ou mais. Afundei o pedregulho.
Não conseguia levantar e os três chorando ao meu lado.
Com a ajuda deles, sentei e vi que a frente toda do meu corpo estava coberta de macadame branco. Na hora não senti dor alguma, só uma ardência. Só não esfolei o rosto e as palmas das mãos, e nem sei como.
Logo chegou muita gente, e só me lembro de acordar deitada numa mesa de cimento e várias pessoas de branco ao meu redor.
Muito tempo depois, foi que descobri que era no necrotério do hospital que eu estava. Nosso médico veio conversar comigo e mandou as enfermeiras me limparem. Eu chorei. Já havia muito sangue misturado.
Vocês acreditam que eles me lavaram de mangueira? E ainda assim fiquei soltando pedrinhas das feridas por vários dias.
Quando minha mãe chegou ao hospital, eu estava deitada numa cama com soro, toda cheia de mercúrio cromo e nem lençol podiam colocar em mim.
Ela me olhou e disse:
- Quando você sarar, já sabe muito bem o que te espera.

Se vocês pensam que eu parei de ir lá, estão muito enganados. Foi só melhorar um pouco, principalmente a parte dos quadris, joelhos e braços, onde os ferimentos foram mais profundos, que já estava lá de novo.
Livre, com os longos cabelos ao vento. 
Feliz da vida!!!

Bjs no coração!

34 comentários:

Fernanda Reali disse...

Ai, que pestinha! Pobre mãe que deve ter passado esses sustos umas 300 vezes na vida, ahahaha

beijooo

Anônimo disse...

Nossa, que moleca você, hein? Ainda bem que já passou e vc ficou bem.

Beijo na alma, Nilce, e obrigada por participar da minha promoção!

lolipop disse...

Mas que menina danadinha, né???
E voltou, apesar do susto que deve ter sido...sem contar a dor!
Eu nunca fui muito de bicicleta, não. Era mais aquele género de menina sentada num cantinho, colando coisas, colorindo livros, brincando de cozinhas....rsrs
Adoro ler essas suas aventuras de infância...conta mais!!!!
BEIJOSSSSSSSSSSSSS
MUITOSSSSSSSSSSSSSSSS

Tati disse...

Nossa Nilce, descobri que o Bê é um anjinho! kkkk
Mas como assim? POr que na mesa do necrotério? Nem consigo imaginar a cena... Nem doeu tanto, né? Fez de novo... kkkkkkk
Menina aventureira e moleca, você, hein? hehehe
Adorei a história.
Beijos.

Bombom disse...

Oi, Nilce, criança é assim mesmo! Tal e qual um Capuchinho Vermelho: - Não vá por aí! - dizia a Mãe. E ela o que fez?...
Maroteiras em que só a experiência nos faz aprender! Fizeste-me lembrar a minha infância, porque eu não andava, corria. Para todo o lado onde tinha de ir, ia a correr. E as vizinhas gritavam: - Mariazinha não corra que pode cair!
E a Mariazinha ouvia? Por isso andava sempre de joelhos bem esfolados e deitados abaixo!
Um bom fim de semana para ti também. Bjs. Bombom

Elaine Gaissler disse...

AHhhhh, entendi agora pq vc "foi de Meg" lá no meu post rsrs... Sinti sua tendência pela liberdade seja como for rsrs...
bjs

Gina disse...

E o "coro" cantou, Nilce? (Conhece essa expressão? kkkkkk)
Depois que passa, vira lenda pro resto da vida. Tragicômico!
Bjs.

Lúcia Soares disse...

Lembrou-me minha irmã, acima de mim, Betty. Ela também não obedeceria nunca!
Eu? Tadinha de mim, nunca mais ia fazer aquilo! rsrsrs
Quem saiu perdendo? Eu, claro!
Transgredir é preciso!
Mas teve castigo, surra, palmada?
Conta mais!
Beijo e lindo domingo.
Aquei em BH o sol está rachando!

Astrid Annabelle disse...

Eu levei vantagem pois li a história do começo ao fim numa tacada só!
Nilce, bem que você leva jeito de ter sido arteira! Coitada da sua mãe!
Imagino a dor que sentiu e pior...voltou lá para repetir a dose!
Essas histórias são muito gostosas de ler. Eu também fui moleca de brincar na rua com meninos! Era a goleira no futebol improvisado de rua!!!Quando eu me lembro!!!
Hoje vim aqui para lhe dar um beijo, já que durante a semana foi uma missão impossível!
Você trocou a roupa do seu blog? Achei tão bonito!
Astrid Annabelle

Amélia Ribeiro disse...

Olá Nilce,

não imaginava que atrás desse sorriso lindo se escondia uma pestinha...:=)

Gostei de ler-te e conhecer-te melhor.

Um beijo.

Carla Farinazzi disse...

Oi Nilce!

Adoro essas histórias! Parece mesmo que antigamente nos divertíamos mais, não sei. Gostei muito de como escreveu, e mais ainda, por não ter se intimidado e voltado à descida do hospital, rsrsrs, mesmo depois do tombaço.

Beijos

Carla

Zé do Cão disse...

Necrotério? Era para não se sentir sozinha? Não morreu de susto, quando abriu os olhos e viu mortos à sua volta?
~Mamã, prometeu bater-lhe? Não acredito, o que ela queria dizer era que assim que saísse a beijaria de alto a baixo.
Meu amigo, quando tirava os pés da "bici", sempre dizia. Mamã, sem pés.
Quando tirava as mãos. Mamã, sem mãos. E eu seguindo nas manobras. Mamã, sem pés e sem mãos... Até que noutra volta, já com dificuldade em falar e escorrendo sangue de sua boca, disse. "Mamã, sem Dentes"... A queda tinha sido grande...

Beijinhos, e que PAPAI NOEL LHE TRAGA TUDO DE BOM, INCLUSIVE TAMBÉM PARA OS SEUS.

diariodumapsi disse...

Uiiiii!
Você aprontou heim, essa doeu!!
Mas isso sim era que era liberdade.
Também brinquei muito na rua, só entrava dentro de casa quando escurecia e a mãe chamava para tomar banho. Aquilo sim era infância!
Tenho pena dos meus filhos, por não poder dar a eles a mesma liberdade que tive.
Que bom que curtiu muito a sua infância.
Gd beijo

Iram Matias disse...

Nilceeee,
eu nunca consegui soltar as mãos da bicicleta.
Será que vc até hoje tem algum sinal dessas peripécias no corpo? Amiga, adorei!

DANADINHA!

BEIJOS, CRIANÇA..

IRAM

Lívia Azzi disse...

Nilce!!!

Que relato e que coragem...

E nunca fui corajosa assim, sempre andei de bicicleta na área plana de casa mesmo... Sempre fui medrosa com essas brincadeiras de correr, pedalar e jogar bola. Na natação e na dança que eu me destacava.

Fiquei imaginando a aflição dos seus irmãos e sua mãe e dos momentos no hospital e na recuperação... Ui!!!

E o que mais me impressionou é você contar que ainda voltou lá depois?!!!! Aiaiaiai!!

Sobre o freio da bicicleta era demais também para sua mãe prever, não? Ainda não tenho filhos, mas quando tiver vou morrer de medo de deixá-los andar de bicicleta na rua... e vou avisar do freio da bicicleta... hihihi... Ser mãe é tarefa complexa, hein, é quase ser anjo da guarda.

Beijo e abraços!!

Manuela Freitas disse...

Olá querida Nilce,
Esta guerreira que eu conheço de sorriso malandro, já o é há muito tempo!..
Eu fazia como tu, nunca se espera que um freio rebente e também não vai rebentar muitas vezes!...
Também fui coleccionadora de joelhos e cotovelos machucados e consumidora de mercuriocromo!..
Agora esse teu acidente menina foi de doer as pedrinhas da calçada! rsssssss
Beijinhos,
Manú

Unknown disse...

Olá Nilce

Engraçado, eu tinha o maior equilíbrio no patins, mas morria de medo de bicicleta. Anadava às vezes, mas não gostava. Sempre tinha a impressão de que ia cair.

Bjo

JOANA CAMPOS disse...

Aaaaaai amiga, deve ter doído à bessa heim? pois esfolado é que nem queimado...ui?
Acho que senté a sensação das pedrinhas....

Coitada da sua mãe.

P.S respondendo seu comentário, num tô so namorando não...to trabaiano! hehehe

Bjs

Joana Campos

chica disse...

Que coisa boa lembrar dessas travessuras e coisas da infância,não é? Um beijos,tudo de bom,chica

Michelle Lynn disse...

Oi Nilce, vc sempre arranca um sorriso na minha face...

lembrei-me de um episódio da minha infânncia, bem parecido, só muda o fato que a bicicleta parou no poste!!

Fiquei com o rosto esfolado e muita dor de cabeça... rsrsrsrs

Adorei!! Seus filhos sabem como vc era atentada?!!! rsrsrs

Bjoss,
Mi

orvalho do ceu disse...

OLá, querida
Sou frustrada porque não sei andar de bicicleta... essa foi a parte ruim da minha pre adolescência...
Que bom vc aproveitou... os "obedientes" saímos perdendo... minha mãe não me deixava...
Bjs dominicais

Isa Martins disse...

Oi Nilce, o bom é isso, não desistirmos do que gostamos, mesmo que fiquemos com cicatrizes
Beijos e uma ótima semana pra ti!

ValeriaC disse...

Nilce minha flor, eu sempre achei que eu tinha sido um furação quando criança, mas voce me superou longe amiga rsrsrsr....doce semana querida...beijinhos
Valéria

Jaque Gonchoroski disse...

Aiaiaiaiai
Senti sua dor agora amiga... Uii que situação! Imagino seu desespero por ter caido e por pensar o que viria depois.

Eu no seu lugar ficaria desesperada. Mas daria muita risada depois, que é o que eu faço hoje quando lembro do que aprontava rs

Manhê, obrigada por mais uma vez ter me deixado palavras carinhosas. É o primeiro depois de formada mas o 6° da minha vida... Dá um desânimo... O clima aqui está horrível. Era pra termos recebido dia 5 e até hoje nada. Se não tivssem registrado a carteira (inutilmente, ele não deveria ter feito isso) eu já teria saido. Acho que ninguém aqui merece o que estamos passando. Mas eu entreguei nas mãos dEle. Mas estou bem perdida...

Desculpa pelo desabafo. Estava precisando.

Um beijo querida.

Anônimo disse...

Nilce, desculpa eu ter rido de sua história, mas eu fiz uma travessura bem parecida também. Dessa, eu tenho uma cicatriz imensa no joelho esquerdo até hoje, e o dedo polegar da mão direita quebrado. Já ouviu falar em piçarra? São umas pedrinhas que eles jogam na rua antes de colocar o asfalto. Acho que é mais ou menos o que aconteceu com você. A ladeira que desci era bastante ingreme e terminava num cruzamento da BR 316. Quando desci com tudo, vi que minha bike tava sem freio (e emu irmão não tinha avisado nada. Vinha um caminhão pela rodovia e ou eu me jogava no chão ou is virar paçoca ao ser atropelada. não tive dúvidas, mas só conseguia pensar na bronca que minha mãe ia me dar (ela sabia que há tempos eu namorava essa ladeira, rsrsrs). quando levantei e vi meu polegar em ângulo de 90 graus com relação à minha mão, não tive dúvidas e o torci de volta para o lugar na hora. Já o joelhho infeccionou por causa da lama da vala onde fui parar e levou muito tempo mesmo pra sarar. rTivemos de remover o cascão várias vezes pra retirar o pus (comentário mais educativo, não?). Nunca esqueci dessa travessura. É bom lembrar, não é?

welze disse...

que delícia de postagem. vale tudo quando se é criança. o tempo cura tudo.

Denise disse...

Ai ai, Nilce!

Só vc para me fazer rir em plena segunda... rs

Mas que garota levada, que susto vc nos deu hein! Adorei o post!

Bjinhos, bom começo de semana pra ti!

Michele disse...

Niii, perto de você eu fui uma santa! Sua pimentinha! hahaha

Agora, coisas que me assustaram: você no necrotério do hospital e seu corpo todo com mercúrio cromo (naquela época era super comum usar, mas coitados dos seus rins! rss). Quanto ao lavar com mangueira, entendo que a pressão da água é necessária, mas hoje em dia, fazemos isso com uma agulha 40x12 num soro fisiológico de 500ml. Exerce a pressão necessária sem machucar o tecido e MUITO MENOS infectar as feridas ainda mais com a água da torneira! rsss A medicina e a enfermagem de alguns anos atrás, chega a dar medo! :P

Que bom que você se recuperou e muito bem!

Beijos, querida!
Boa semana!

FlorAlpina disse...

Olá Nilce,

Uauuuu!
Que emoção, prendeu-me do principio ao fim essa sua peripécia!
E eu que digo que os meus filhotes são pestinhas...

Bjs dos Alpes

Socorro Melo disse...

Oi, Nilce!

Delícia que é a infância, né? Quantas aventuras! E como é gostoso recordar.
Você era bem corajosa, já eu, era bem medrosa, kkk
Curioso é que sua mãe falava a mesma linguagem da minha "já sabe o que lhe espera depois, né?" kkk
Adorei suas histórias.

Beijos
Socorro Melo

κєκєl웃❤웃 disse...

Que beleza não? hehehe
Brincadeira!!!!!
Sabe que aconteceu algo parecido com minha mama. Bicicleta, morro e tombo. Também parou no hospital, mas não ficou internada. Levou alguns pontos e joelhos e braços ralados. Machucou o rosto tb e tem uma marquinha até hoje.
Fico aqui imaginando tua dor no momento do banho da mangueira. Aff!!!
Mas criança é assim mesmo né?
Cai, levanta e vai novamente. Tem coragem, tem vontade, tem liberdade.

Beijos carinhos

Kekel

www.quemmoradentrodemim.blogspot.com