Não há como se mensurar a dor do outro. Seja uma dor física ou emocional, cada um tem a “sua”. O natural é que a nossa seja sempre maior que a do outro. Talvez o ser humano use para sua própria defesa a ideia de que sofre muito mais do que todo o resto do mundo e use as frases:
- “Você não sabe o que estou sentindo” ou “Você nunca passou por isso.” E nós querendo que a nossa seja maior: “Sei bem o que você está passando...”.
Sabemos nada.
Cada dor é muito particular. Ninguém é igual a ninguém. Podemos até ter uma ideia, mas daí saber o que o outro está passando? Impossível! No caso da dor física, o corpo humano tem estruturas diferentes em cada ser. Nos casos emocionais, os sentimentos também são muito diferenciados. Ninguém gosta ou desgosta igual. É aí que as dores podem ser maiores ou menores. Mas a nossa é sempre a pior.
Naquele sábado eu senti a pior dor do mundo!
Antes, só as dores dos partos, eu acharia que foram piores. Mas estas, como dizem as “sábias mães”, a gente esquece. Havia por duas vezes quebrado o pé direito. Sim, por duas vezes. Quebrado não, moído. E em ocasiões bem distintas.
Um dia eu ainda conto aqui.
foto Internet
Depois de constatado que nada de grave havia acontecido, as dores ficaram só para mim. Aguentei duas noites sem dormir e durante o dia um tal de: usa isto, usa aquilo, pomadas, remédios caseiros e outras coisas mais.
Nada adiantava!
Naquela época, eu e meu marido trabalhávamos na mesma cidade, quer dizer num Distrito do nosso município. Na segunda-feira, como de costume, saímos juntos. Ele dirigia até seu local de trabalho, e como o meu era um pouco mais distante, de lá eu ia sozinha.
Ele estacionou o carro e passei para o lado do motorista. Despedimos-nos e quando fui tentar engatar a marcha para sair, dei um grito. Não podia esticar o braço, até então preso ao corpo de tanta dor. Eu sentia como se tivesse uma faca pontiaguda cravada no meu ombro. Horrível!
Assustado, meu marido falou comigo perguntando o que havia acontecido. Foi até a porta do seu trabalho, avisou que não iria entrar e correu comigo para um ortopedista.
Novos RX, exames locais de movimento e gritos de dor. Foi me recomendado uma tipóia ortopédica e nenhum movimento por mais um tempo. Mas como os dias foram passando e nada de melhora, foi feita uma US de ombro que apresentou a luxação e problemas com os tendões, como já citei em outro post. E eu sem dormir.
Meu maior problema com relação a qualquer coisa relacionada à saúde são as alergias. Nasci alérgica e quando isso acontece o ser humano adquire imunidade com os anos. Comigo não foi diferente. Adquiri com relação a algumas coisas, mas com os medicamentos, a coisa foi piorando com o tempo.
Existe uma lista enorme que não posso usar e um deles é o chamado “antiinflamatório”. De qualquer tipo e qualquer espécie. As reações mais comuns são: edemas de pele, asma e falta de ar. Mas já apresentei problemas sérios do tipo: edema de glote, parada respiratória e cardíaca.
Como o principal tratamento para uma luxação seria com antiinflamatórios, no meu caso era esperar mesmo. E só.
O tempo passou, mas as dores continuaram. Então, comecei um tratamento de analgesia, até que um exame mais minucioso fosse feito. Meu ortopedista pediu uma RM de ombro e quando o resultado saiu, acreditem, ele estava num Congresso. Levamos a uma médica, que também é nossa amiga, e ela nos aconselhou a procurar outro ortopedista imediatamente.
Foi então que fui para outra cidade e segundo o especialista, o exame não apresentava alteração alguma do que os mostrados na US. Quem sabe a minha dor não fosse psicológica, sabe-se lá.
Passadas duas semanas o meu ortopedista voltou, e vendo o exame, fui encaminhada a um Especialista em Ombro na capital. E este para minha infelicidade, acabou descobrindo, depois de mais de dois meses da minha queda no banheiro, que eu tinha uma fratura na cabeça do úmero direito. Só que já com outras complicações.
E a maratona continua...
Bjs no coração!
Nilce
7 comentários:
Nossa, amiga!
Não consigo imaginar o tamanho da sua dor.
Só sei que morri de dozinha de vc.
Vc já passou por tantas heim, amiga!
Beijos no seu dodói.
Iram
Nilce
vc falou uma coisa muito certa. A dor não é igual para todos. Cada um tem uma limitação, o que é suportável para uns, pode ser insuportável para outros. Como acompanhei boa parte do inicio dos seus problemas e sei o tanto que vc precisa tomar remedios e fazer o tratamento para suportar a dor, tenho certeza de que ela realmente é muito forte. Mas nada melhor do que um dia após o outro. Uns dias bons, outros nem tanto. O negócio é seguir vivendo e sendo feliz em tudo o que a vida lhe proporciona de bom.
Bjs (como vc mesma diz: no coração!).
Lu
Coisa injusta é dor. Por que não sentimos a não-dor com tanta intensidade quanto sentimo dor?
Mas que bom q vc persistiu até encontrar a causa da sua dor.
Sabendo o que é agora é fácil tratar e curar.
Se cuide amiga...Estarei torcendo por vc!
Bjs
Ale e Lilian
Isso que contei foi há quse 8 anos. A coisa vai longe gente, vcs nem imaginam.
Obrigada aos dois pela força.
Bjs no coração!
Iram
Obrigada pelo carinho, sempre. E vc então, que história linda. Estou amando vc escrever pra Michelly. Maravilhoso.
Bjs no coração!
Lu
Vc acompanhou o início de tudo e ainda mais as cirurgias pelas quais tenho passado. Ano passado duas e agora precisava fazer outra, mas com tantas paradas cardio-respiratórias, vou ter que adiar, mesmo sendo de pequena urgência.
E vamos lá. A vida é boa, linda, maravilhosa. Por que lamentos? Obrigada por tudo.
Bjs na turma!
Ui! Adorei a forma que vc começou o post e tem mesmo razão, essas coisas são extremamente pessoais, bjo, bjo! ;)
Ai amiga, lendo aqui, agente ver né, entre todas as dores, a maior é a falta de sáude, as demais "como as minhas" é mais fácil superar.
Bjs grandes
Obrigado pelo carinho.
Mah
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