Foto atual e parcial do parquinho que ainda está lá.
Os mesmos brinquedos e as mesmas paineiras.
Só saudades!
A partir do parquinho havia uma rua que dava direto para a represa que fornecia e ainda fornece água para a fábrica onde meu pai trabalhava.
Eu já conhecia o lugar. Tinha ido lá várias vezes. Nunca a pé. Não imaginava a distância que teríamos que percorrer, principalmente por sermos duas crianças pequenas, mas resolvi que era lá nosso destino.
Sempre achei o lugar lindo. Então era lá. Acho que não lembrei de outro.
Dá para imaginar o tamanho da caminhada??? Foi terrível. Um pouco arrastava o menino, outro pouco carregava ou tentava carregá-lo no colo.
Como ninguém nos parou pelo caminho?
Porque já contei que morávamos num verdadeiro paraíso e não havia perigo.
Era muito comum as crianças andarem sozinhas pela rua, irem ao mercadinho, à padaria, livraria, biblioteca, comprar sorvete no nosso querido Bar Grande, chocolate na “bombonieri” ou mesmo brincar no parquinho da cidade.
Por tudo isso, não fomos descobertos, ou melhor, eu não fui descoberta por outras pessoas ou mesmo amigos da minha família.
Não tenho idéia de que horas chegamos ao meu esconderijo à beira do lago, e embaixo de uma enorme árvore, estendi um cobertor e cansado até demais (coitadinho), meu irmão logo dormiu.
Fiz um lanchinho com as bolachas que trouxe, lavei meu lencinho no lago, estendi em um arbusto e sentei a jogar pedrinhas no rio, enquanto o pequeno, sem noção de nada, assim como eu, ressonava no chão, agora já coberto por mim.
Eu estava feliz! E na minha cabecinha, ninguém nos acharia. Agora iríamos morar ali. Era tudo perfeito!
E de verdade ninguém nos achou. Também ninguém se preocupou em procurar...Pois é, n i n g u é m!!!
Meu irmão acordou quando os pernilongos já me molestavam e começaram a incomodá-lo também. Chorou, dei-lhe a mamadeira, que ele rejeitou e pediu para ir para casa.
Eu insisti muito, consegui distraí-lo por um bom tempo, mas logo começou a chorar novamente e eu não sabia mais o que fazer.
Acabei pegando o caminho de volta. Bem mais sofrido porque o retorno tinha o dobro de subidas que a ida.
Chegamos em casa já com o início da noite e acreditem, levei outra bronca por ter levado meu irmão para brincar e não ter avisado. Hã??? Como assim???
Só depois fui descobrir que ele rejeitou a mamadeira porque o leite azedou. Quanta inocência!
Esta foi a minha primeira vez!
A primeira e última vez que fugi de casa.
Bjs no coração!
12 comentários:
Bom, tudo está bem quando acaba bem. Foi uma aventura tamanho gigante prá época. E qundo se é criança tudo é simplicidade. Veja agora qundo pensamos em sair de casa, a quantidade de coisas que temos que carregar...
Gostei mesmo muito, amiga.
Tudo de bom pra você!
TERNURAS
PS: Pensa em fazer um livrinho com seus textos, ás vezes uma ideia que parece louca, resulta inesperadamente em sucesso...
Sensacional! Minha querida vc pensa e faz mesmo! Amei a aventura! Só me surpreendi com o fato de ninguém parar vcs, mas entendi que o tempo era outro, tb de ng fazer maldade com vcs (graças a Deus) e tb de ng de sua família ter se deseperado... hehe
Que aventura, heim?!
Bjo, bjo e excelente fds! ;)
PS: Adorei os posts! Visualizei a cena todinha em minha cabeça!
Margarida e Sheila
Vcs não têm noção da maravilha que era o lugar que nasci, cresci e passei toda minha adolescência.
Ainda tenho muitas histórias e vou contar aqui, conforme for dando tempo.
Agora, com relação à distração das pessoas com relação a duas crianças pequenas na rua, vou explicar:
Nós dois, os pequenos de meus pais, sempre fomos "bem comportadinhos" (imaginem os outros, rsrs), o que acabava fazendo com que a preocupação com os mais velhos fôsse maior.
Não me lembro de alguns detalhes deste dia, mas minha mãe conta que estava com visita e como ficávamos muitas vezes à tarde na vizinha, ela achou que eu estivesse lá com meu irmão.
Nem se preocupou. Só quando chegamos é que a coisa pegou, porque ficou tarde e ela já tinha nos procurado.
Era comum também irmos brincar na casa de uma tia que morava perto. Lembrem-se também que não era comum telefone em casa.
Obrigada pelo carinho sempre!
Bjs no coração!
Nilce
Adoooooorei a explicação, menina como hj em dia é tudo tão diferente, né?! É uma pena que a vida esteja cada vez mais doida e com pessoas ruins, amei a sua história, e adorei vc ter compartilhado com a gente!
Bjo, bjo, querida!
She.
Passei para desejar um ótimo final de semana e dizer que adoro seu blog. Bjokas, Nati
Muito corajosa você, nunca tive coragem de fugir de casa, não faltou vontade....quanto ao meu blog, mudei, mas to achando muito escuro vamos ver como vai ficar...bjs
Eita, quanta emoção e coragem hein?rs
Passei para deixar meu carinho e desejar um lindo dia.
Com carinho, Lady.
Bj
Eu pensei em fugir, mas não fiz isto. Já o meu primo (ele morava no RJ), brigou e resolveu que ia embora. Ele era gordinho, tinha 8 anos e tocava violino. Não sei se vc conheceu o givi da Luluzinha, se conheceu pode imaginar o Bolinha, pois era o próprio! Ele fugiu levando o seu violino na caixa de violino. Desceu a rua e minha tia pegou o carro e foi atrás dele. Ao chegar na Avenida, já estava bufando. Encostou em uma parede e minha tia parou o carro e falou para ele entrar. Ele sentiu um alívio tão grande, até hj lembra do alívio de ser caçado em sua fuga.
Bjkas e um bom dia!
É só deixar uma ternurinha pra você, minha amiga lindona.
se cuida, viu!
Nilce, adorei sua estória....seu texto está muito bom mesmo! E que aventura...vc era guerreira desde pequena, ein menina? Lindo conto...amei. beijos
Oi Nilce!
Só consegui ver agora sua aventura parte 2 e fiquei surpresa por conseguirem chegar ao destino sem serem abordados por alguém, coisa rara hj em dia (isso lembrou qdo eu pegava pão com uns 8 anos logo cedo sozinha na marcearia perto da minha casa, tinha vez que tava escuro e tive a mesma sensação, de ir e vir pra casa sem preocupação).
Me surpreendi ainda mais por ninguém notar a falta de vcs, mas que bronca hein!
Adorei saber o final dessa aventura, mto bacana e esperamos mais histórias hein!
Bjos querida!
Olá Nilcinha,
Que saudade!
Amiga, o mês de maio foi uma loucura. Festas, viagens, Visitas da Alemanha, visitas das Filipinas, visitas importantissimas na minha vida que vieram por conta do meu aniversário. Só hj se foram e fiquei chorando muito. Foi tão bom! Não tive tempo nem pra responder e-mails. Estou até um pouco desanimada para continuar o blog.
Quando eu tinha um tempinho, eu sempre corria no seu blog para dar uma lida. Estou realmente com saudade.
Beijos grandes.
Iram
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