Blogagem Coletiva. Medo!!!

Todos sentimos medo. É normal e é bom, pois o medo é que nos protege da exposição a perigos e nos preserva a vida. Trata-se de uma condição psicológica previsível, desejada e saudável, no entanto, todos nós ouvimos, em várias fases de nossa vida, conselhos para “não ter medo”. Coisas do tipo: “vou apagar a luz, mas não tenha medo, a mamãe está no quarto ao lado”; “não tenha medo da prova, você vai se sair bem”; “vá para a entrevista e não tenha medo, o entrevistador não morde”. Lembra-se? E quando alguém deseja falar no afirmativo diz: “tenha coragem”, o que não é o mesmo que não ter medo, e sim ter capacidade para enfrentá-lo e vencê-lo. O medo é definido como um fenômeno psicológico com forte caráter afetivo, marcado pela consciência de um perigo ou de um mal. Mas, preste atenção: o medo nasce do perigo, mas também das incertezas. E nas incertezas pode morar um perigo real, mas o mais provável é que more um perigo imaginário.

Eugênio Mussak

MEUS MEDOS!!!
Eu amo pessoas, mas tenho medo de gente!
Gente egoísta, medíocre, insensível, maldosa, injusta, pretensiosa, invejosa, gente que mata sem dó, gente que não tem medo, porque não tem motivos para tê-lo.
Gente que não sabe que sofre e por isso faz outros sofrerem. Que se acha forte o suficiente para não ter medo.

Tenho muito medo de gente violenta, que machuca crianças e idosos.

Tenho medo do vazio que fica quando perdemos pessoas que amamos, pessoas que nos são especiais.

Padeço dessa doença, medo.

Medo de ficar sozinha, envelhecer sem amor, sem poder continuar aprendendo e ensinando. Envelhecer só e ficar na dependência dos outros.

Tenho medo, quando por muitas vezes, perco o controle de mim mesma e não suporto as atrocidades do cotidiano. Queria poder mudar tudo de uma hora para outra.

Tenho medo quando não penso antes de falar e magoo quem amo.

Temo morrer sem ter cumprido o que prometi a mim mesma; não ter aproveitado o suficiente do que a vida nos oferece, pois a vida não depende apenas de saúde, estamos na dependência de outros para estarmos vivos.

Tenho muito medo desses nossos chamados “governantes”, que mudam e fazem leis que só beneficiam a eles próprios. Tenho pena das pessoas que em sua ignorância, acreditam que estão vivendo um mundo melhor. Que se contentam com o pouco que lhes é oferecido, ou que se acomodam mesmo, pela simples preguiça de crescer, achando que isso é o suficiente e perderam suas esperanças.

Apavoro-me com o que poderemos vir a enfrentar com decisões imprudentes, da crueldade sem punição, da “carteirada”, do poder pelo dinheiro, da Instituição falida que nos é apresentada como "missão cumprida".

Todos nós temos um pouco de egoísmo, pretensão, preconceito. Mas se procuramos nos aperfeiçoar, conseguimos controlar, principalmente os preconceitos que guardamos, ainda que muito bem escondidos.

O medo da morte, da solidão, do fracasso, da inveja, do envelhecimento, das paixões, da falta de sentido da vida, de ficar louca, de um perigo iminente, são os medos mais comuns de toda pessoa.

Acho que não podemos simplesmente não ter medo. Seria imprudência e até falta de coragem. Acharíamos que podemos tudo, nos igualaríamos aos medíocres. O que podemos e devemos é tentar desenvolver a coragem para lidar com ele.

Ah, como eu queria que todo se humano fosse como o cão, que mesmo apanhando do seu dono, é fiel e não tem medo de voltar, tentar o aconchego de quem o maltratou e lamber as mãos que o magoaram, com muita coragem, como se a pedir perdão pelo que não fez.

Nilce Gibson

fonte: imagens

Bjs no coração!